OPINIÃO: FILME

Os Meninos que enganavam os nazistas

Filmes sobre a segunda guerra sempre são impactantes, seja do ponto de vista de espiões, soldados ou judeus. O período entre 1939-1945 foi um momento turbulento (e sangrento) da história da humanidade e que, embora gostaria que pudesse ser apagado da história, deve ser lembrado constantemente para evitarmos cometermos os mesmos erros. Eu não entendo aqueles que defendem que o holocausto não existiu, é como dizer que o Império Romano não existiu! Ainda hoje podemos encontrar muitos sinais da existência dos romanos através de heranças na língua - o latim gerou a maior parte dos idiomas falados na Europa, entre eles: italiano, espanhol, português, francês e, pasmem, o inglês também com 35% de sua origem firmemente ancorada na língua latina - e poucas pessoas acusam os historiadores de mentirem. 

Os campos nazistas foram reais - muito reais. Existe documentação. Testemunhos daqueles que sobreviveram. Aushwitz. Não existe prova mais cabal que Aushwitz. Eu realmente quero acreditar que os tempos de genocídio terminaram, mas infelizmente a história da humanidade parece andar em círculo. Eu não posso afirmar com categoria que genocídios como os cometidos durante a segunda guerra mundial não voltarão a ocorrer. Eu gostaria muito de acreditar que a humanidade só caminha para a frente, cabeça erguida e tentando não repetir os mesmos erros. Não é o que o Mundo está representando: Venezuela sucumbindo a um governo ditatorial capaz de destruir sua economia fortalecida pela produção de petróleo. Coréia do Norte sob o comando de um maluco com bombas nucleares e ódio por americanos (que por sua vez tem bombas nucleares). A capacidade da humanidade se auto destruir é imenso e as novas tecnologias tornam essa possibilidade bem... Concreta.

O filme Os meninos que enganavam os nazistas contam a história de uma família de judeus na França ocupada tentando sobreviver a uma guerra que perseguia os judeus. O relacionamento de amor e amizade entre dois irmãos que tentam se manter unidos apesar de muitos empecilhos criados pela guerra é capaz de comover o mais duro coração. Um filme brilhante que retrata aquele período terrível da história e nos deixa ainda perplexos que algo assim pôde acontecer. Não é uma idéia que eu aceite com facilidade. Quantos judeus tiveram suas infâncias prejudicadas por essa guerra sem sentido?

Os protagonistas da história são pessoas reais que vivem hoje em Paris - onde sua família residia quando os alemães tomaram Paris - e eu nem consigo imaginar como deve ter sido reconstruir a vida depois de longos anos driblando os soldados nazistas. Como deve ter sido duro ter de negar suas origens (das quais têm orgulho) para sobreviver? O ensinamento principal do pai deles era simples, mas eficaz: Melhor um tapa que dói agora do que a morte.

Acredito que esse ensinamento garantiu a sobrevivência desses meninos guerreiros. Adorei o filme, não senti o tempo passar e ainda me emocionei.

Ainda vou falar de um outro filme igualmente impactante "O Menino do Pijama Listrado". Mas esse fica para uma próxima ocasião!