Os
motivos que gosto de James Blunt
James Blunt é, sem dúvida, o artista mais
subestimado que conheço. Eu acho que ele é ainda julgado pelo seu hit “You’re
Beautiful” que eu particularmente não gosto muito – confesso que com o tempo
pude apreciá-la. Acho que a culpa não foi dele se as rádios tocaram a música à
exaustão. O que eu estou tentando dizer é que James Blunt compôs tantas outras
músicas – e de qualidade – que acho injusto que ele receba tantas críticas por
causa de uma canção. Enfim, todos nós temos o direito de gostar do que
quisermos. Não vou entrar nesse mérito.
James Blunt lançou um disco novo – The Afterlove, do qual
já falei nesse blog – e por isso um número bastante expressivo de entrevistas
têm aparecido com ele. Desde um show bastante... Escatológico acho que é a
palavra que melhor define, o Celeb Juice. É uma série de jogos
que os convidados são desafiados a fazer e que James Blunt estava mais do que
disposto a participar. Embora não seja um programa que eu curta, eu devo
admitir que ele parecia estar se divertindo muito e acho que entretenimento é
assim mesmo.
A novidade acerca de Blunt é que eu encontrei uma
entrevista (que tenho intenção de colocar legendas em português muito em breve)
em que ele é muito honesto em algumas respostas. James se fechou muito desde
que começou a fazer sucesso, fazendo questão de se manter longe dos holofotes.
Acho que por isso que essa entrevista causou tanto impacto nos fãs. Uma enxurrada
de comentários foram feitos a respeito do vídeo no Facebook e eu fui lembrada
por que finalmente aceitei que gostava do trabalho dele e que admirava sua
pessoa. Não é um estrelão, ele não perdeu muito a sua essência. Claro que essa
é a percepção de alguém que só o acompanha pelas redes sociais. Eu não o
conheço em pessoa. Se ele fizer algo errado – ou que eu julgue errado – não vou
passar a mão na cabeça dele ou inventar desculpas. Vou lembrar que errar é
humano, mas dependendo do nível do erro, como uma infração de trânsito com
morte e que ele não presta socorro, por exemplo, fica difícil defender.
Felizmente não há relatos disso e não tenho que me preocupar com ética.
De acordo com ele, eu sou a Maria sem nome que não sabe
nada de música a quem ele admite acreditar ter mais credibilidade do que um
crítico de música profissional. E por isso me sinto lisonjeada. Mas da
entrevista toda tenho dois pontos a comentar. Um é um pouco mais polêmico, de
certa forma, e o outro é o motivo que eu gosto dele e de seu trabalho.
Vamos começar com polêmica. Vou começar explicando quem é
James Blunt como pessoa. Ele não se importa com o que você pensa da música
dele. Ele compõe o que quer e não se importa com os haters (termo da internet que designa aquelas pessoas que vão no
comentário para xingar algo ou alguém). Quando comecei a segui-lo no Twitter eu
fiquei um pouco chocada com as coisas que ele dizia de si mesmo e das músicas
dele. Parecia que ele odiava tudo. Então, lendo comentários, eu entendi que
fazia parte do humor dele que eu chamo de humor cítrico, porque é azedo mas é
levemente doce, porque uma vez que você entende você começa a entender um pouco
mais James Blunt. Para estrangeiros pode parecer que ele menospreza seus fãs, mas
agora eu sei que não é isso, ele está apenas virando o jogo contra os haters e se divertindo um pouco no
processo. Isso faz com que nem sempre possamos acreditar em tudo o que ele diz
e muitas pessoas ainda não entenderam como o humor dele funciona.
Pois então, nessa entrevista da qual estou falando ele
inicia dizendo que não tinha nenhum respeito por quem gostava da música dele.
Entendo que alguém que não o conhece pode levar a sério. Até eu teria levado um
baque. Mas se assistir à entrevista a gente vê que ele gosta sim do que faz e
tem mais respeito pela opinião de alguém anônimo, que até gosta de suas
músicas, do que tem por um crítico profissional.
A parte que eu achei mais interessante, no entanto, foi
quando foi questionado basicamente se ele se importa ou deseja ser legal (cool), ou seja, o cara considerado bacana e que está na moda. A
resposta dele foi cheia de palavrões, mas foi sincera e contundente. Em uma
tradução livre, foi mais ou menos assim: “Que
porra é ser bacana? De que porra adianta ser bacana?”. Ele então diz que
como soldado ele lidava com questões de vida e morte, não era sobre ser o
cara, o bacanão. Ele escreve sobre a vida, a morte, o que nos faz sentir,
sensações e coisas pelas quais ele passou, experiências, que poucas pessoas são
descoladas, ele quer coisas reais, espera escrever sobre coisas que mexem com a
gente. Aí é que tiro meu chapéu. Se eu tinha alguma dúvida a respeito dele, se
dissipou. Não tenho vergonha nenhuma. Não dou a mínima para que os outros
pensem, vou tocar os álbuns do James Blunt quando eu bem entender.

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